Alimentação Complementar e BLW

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Alimentação Complementar e BLW

Durante os três primeiros anos de vida, a alimentação tem importante função no desenvolvimento e crescimento saudável da criança. Sendo que, desde o nascimento, o recém-nascido é capaz de autorregular sua alimentação e determinar quando iniciar a mamada, sugando na velocidade desejada e parando quando satisfeito.

É importante que a mãe procure entender desde o nascimento, que o bebê está pronto para regular sua fome e saciedade. Saber como interpretar estes sinais é o primeiro desafio durante a amamentação, passando para a Alimentação Complementar e a formação dos hábitos alimentares da criança.

Sabendo da importância dos primeiros mil dias de vida, dividi o assunto em 4 principais fases:

  • Aleitamento Materno (AM) exclusivo
  • AM + início da Alimentação Complementar e BLW;
  • Alimentação da Família com aleitamento;
  • Alimentação da Família após dois anos.


Na figura 1 estão algumas características do desenvolvimento do bebê relacionadas aos comportamentos alimentares.

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Aleitamento Materno

Nos primeiros seis meses de vida, o aleitamento materno é a fonte ideal dos nutrientes necessários para a saúde do lactente, além do fator emocional e de estímulos motores. Após os seis meses de idade, o aleitamento materno deve continuar, mas também deve-se começar a introdução da Alimentação Complementar, buscando fontes ricas em ferro, zinco, vitamina A e calorias, além do ponto de vista motor, aproveitando esta fase de intensa aprendizagem para explorar o meio ambiente.

Alimentação Complementar e BLW

O método Baby-Led Weaning (BLW) que pode ser traduzido como Desmame Guiado pelo Bebê, ganhou popularidade por dar destaque à individualidade de cada lactente e seu ritmo. O BLW consiste em ofertar os alimentos complementares em pedaços, tiras ou bastões, desobrigando a utilização de colher e qualquer adaptação de consistência para preparar a refeição do lactente, como amassar, triturar ou desfiar.

Este tipo de abordagem encoraja os pais a confiarem na capacidade que os bebês possuem de se alimentarem sozinhos. Desta forma, o BLW defende o uso de alimentos in natura e vai contra a alimentação realizada na forma de papinha ou purês, defendendo os tópicos:

  • Continuar com o leite materno ou a fórmula infantil;
  • Posicionar o lactente sempre sentado para alimentar;
  • Permitir que o lactente se suje e interaja durante as refeições;
  • Oferecer variedade de alimentos, evitando a monotonia;
  • Interagir com o lactente quando ele estiver comendo junto, durante as refeições;
  • Dar o tempo necessário para a refeição sem pressionar.


É importante salientar a importância da segurança, do posicionamento e das práticas comportamentais durante a Alimentação Complementar, seja qual for o método utilizado. Além disso, vale ressaltar que não há evidências de que o método tradicional com colher seja menos estimulante ou menos importante, desde que sejam seguidas as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), tanto do ponto de vista nutricional como comportamental.

Alimentação da família e aleitamento

O Departamento de Nutrologia da SBP enfatiza a orientação de respeitar o ritmo individual de desenvolvimento neuropsicomotor de cada lactente. Além disso, recomenda-se que, desde o início da AC, as refeições da criança sejam junto com a família, incentivando a interação entre os membros da casa. O mais importante nesta fase é que os pais sejam o exemplo de hábitos alimentares saudáveis, sempre com paciência, respeitando os limites da baixa idade, agindo como um facilitador no processo de alimentação e proporcionando um ambiente tranquilo, sem que se façam necessárias estratégias coercitivas ou punitivas. A frase que melhor resume esta orientação é: Comer junto e não dar de comer.

Alimentação da família após os dois anos de idade

Nesta fase da AC, o lactente deve experimentar os alimentos com as mãos e explorar as diferentes texturas como parte natural de seu aprendizado sensório motor, estimulando a interação com a comida e evoluindo de acordo com o seu próprio desenvolvimento. Não existe um método ou uma única forma correta de introdução alimentar. As orientações mais coerentes sobre este assunto visam estimular o desenvolvimento infantil por completo. Desta forma, o processo de introdução à Alimentação Complementar não deve ser limitado a uma única abordagem como forma de alimentação infantil. Mas sim, ficando atenta aos estímulos que melhor condizem com o desenvolvimento de cada criança.

A Alimentação Complementar deve incentivar práticas responsivas para o sucesso na introdução de novos alimentos, ficando a critério dos pais identificar e respeitar os sinais de fome e saciedade, incentivando o lactente a ser ativo e interativo durante as refeições, com a atenção voltada totalmente para o momento.

Caso ainda tenha dúvidas ou alguma observação, deixe um comentário que terei o prazer em te responder. Até a próxima!


Fonte: Departamentos científicos de Nutrologia – Sociedade Brasileira de Pediatria | nº 3, maio de 2017https://draleticiamoro.com.br/category/recem-nascido/

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